A partir de uma tríade investigativa realizada em residências artísticas na FRANÇA (2020/2021), CHILE (2021) e BRASIL (2022), emergiu a obra POR UM FIO, a qual é caracterizada por uma concepção inspirada nas poéticas do site-specific, documentário cênico e autobiográfico. Atualmente obra está sendo investigada-teorizada por meio de uma tese, em andamento, desenvolvida pelo próprio performer, o multiartista Diocélio Barbosa, no Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal da Bahia desde o ano de 2019.

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​As residências supracitadas ocorreram em um período muito peculiar da história da humanidade, isto porque a partir de 2019 o mundo foi tomado pela crise do COVID-19. Neste sentido, com a crise pandêmica muitos artistas tiveram que ressignificar as suas formas de produzir e criar as suas obras e/ou experimentações cênicas. Deste modo, a última residência ocorrida no Brasil em 2022, ganhadora do PRÊMIO FUNARTE DE ESTÍMULO AO CIRCO 2021, que previa a montagem e circulação de uma obra concebida e performada pelo artista Diocélio Barbosa em técnica aérea circense na corda lisa, foi concebida em um espaço restrito, ou seja, o próprio quintal da sua casa do performer, lugar este, que guarda o cheiro de parte de suas memórias de vida. Assim a residência investigativa se deu por meio da prática de site-specific, em que é eleito um espaço específico - muitas vezes não convencionais -, para investigar e criar uma obra a partir da história e das características topográficas do ambiente. Desse modo, a obra circense teve como matéria prima as memórias e os documentos pessoais e familiares do pesquisador-performer, aspecto pouco abordado nos processos de criação e composição dramatúrgica nos circos contemporâneos.

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​A criação da obra se desenvolveu entre janeiro e junho de 2022, e constitui-se em um processo de investigação que contou com a provocação colaborativa de artistas multidisciplinares reconhecidos no Brasil e no exterior como Janina Leite (SP), Maria Carolina Vasconcelos (SP), Ana Marques (PB), Alexandre Américo (RN), Felipe Nickning (GO) e Alexis Ayala (Chile), e ainda conta com a presença em cena de Maria da Penha Barbosa, mãe de Diocélio. As atividades foram desenvolvidas em formato híbrido, ou seja, ocorreram tanto de forma presencial na cidade de João Pessoa, quanto virtual por meio da plataforma do zoom. O laboratório investigativo ainda contou com duas aberturas de processos, as quais foram realizadas no próprio quintal de Barbosa.  

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​A obra veio a estrear nos dias 10 e 12 de julho de 2022, e foram apresentadas nos quintais onde nasceram Diógenes de Oliveira-pai e Maria da Penha Barbosa-mãe de Diocélio, respectivamente nas cidades paraibanas de Mamanguape e Marí. 

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